Wednesday, March 17, 2010

Pavilhão Antoine Velge – Parte III

Como esta na ordem do dia este assunto, voltamos então ao mesmo para mais esclarecimentos adicionais, aos sócios do clube.

Todo este rol de escrituras e contratos que vos foram apresentados anteriormente têm um princípio, um tiro de partida.

O tiro de partida foi dado no dia 27 de Julho do ano de 2000 no Estádio do Bonfim, na Sala de Conferências do Vitória Futebol Clube, onde se realizou a Assembleia Geral Extraordinária em que foi apresentada a seguinte proposta aos associados:
























Deixamos aqui cópia da Acta nº 38 referente a esta Assembleia Geral, para que não restem dúvidas do que foi proposto, discutido e aprovado.

Acta nº 38 - 1ª Pagina
Acta nº 38 - 2ª Pagina
Acta nº 38 - 3ª Pagina
Acta nº 38 - 4ª Pagina
Acta nº 38 - 5ª Pagina
Acta nº 38 - 6ª Pagina
Acta nº 38 - 7ª Pagina

Como se pode verificar foi aprovado pelos associados do VFC a constituição de uma Sociedade para gerir o património imobiliário do Vitória em parceria com o BPN, sendo a parcela de 51% do VFC realizada com a atribuição do Pavilhão Antoine Velge.

Mas não foi isso que se verificou, já que como foi referido anteriormente a Sociedade que foi constituída, a Sadisetúbal vendeu imediatamente 60% à SLN.

Vamos então compreender como é que se tentou legalizar uma fraude.

No dia 12 de Outubro de 2000 foi realizada nova Assembleia Geral Extraordinária, no mesmo local da anterior, para alterar uns pequenos detalhes sem significado como se fez crer aos associados em folheto informativo disponibilizado em plena Assembleia Geral pela Direcção em que se explica a razão para estas pequenas alterações e em que se deixa bem vincado que o modelo resultante desta operação será exactamente coincidente com o aprovado na AGE de 27.07.2000

É este folheto que vos deixamos de seguida:


















































Só que a transcrição para a acta desta Assembleia Geral Extraordinária, a nº 39, teve desde o seu inicio uma omissão fraudulenta quer permitiu que o negócio fosse feito, pura e simplesmente em lado algum aparece a dizer que o VFC fica com 51%.

Mais verifiquem por vós a Acta nº 39 de 12.10.2000 e vejam se encontram alguma referência a percentagens.

Acta nº 39 - 1ª Pagina
Acta nº 39 - 2ª Pagina
Acta nº 39 - 3ª Pagina
Acta nº 39 - 4ª Pagina

Esta é a VERDADE e da MENTIRA que foi feita ao nosso clube e aos sócios.

Veremos amanha pelas 11h que outras verdades e outras mentiras, outros terão para apresentar.

Até lá, os meus cumprimentos de sempre,

O Presidente

Saturday, March 13, 2010

Pavilhão Antoine Velge – Parte II

Hoje aqui no Vitoria a Verdade da Mentira, iremos dar seguimento a umas das nossas Verdade da Mentira anterior.

Recapitulemos então para ver se entendemos o puzzle.

A VITORIAPART SGPS, SA é detentora a 100% do capital da SADISETÚBAL, empresa que por sua vez comprou ao Vitória os terrenos do Pavilhão Antoine Velge pela quantia de 20.000 contos.

Uma pergunta ocorre, se o Vitória doou os terrenos do Bonfim (lote 8) à VFC-SAD porque não doou também os do Antoine Velge (lote 9) à VITORIAPART SGPS ou à SADISETÚBAL, já que as 3 entidades eram do Vitória.

A VITORIAPART SGPS, SA vende à SLN-IMOBILIÀRIA, SGPS SA 60% das acções que detém da SADISETÚBAL ou seja vende 60% do Pavilhão Antoine Velge.

Mas ainda nos restam 40%!

Assim sendo, trataram os nossos amigalhaços do costume de dar caminho ao que restava e como? Simples! Constitui-se uma nova empresa, a GRISET, a qual vai tomar 35% da posição que o Vitória detinha.

Criação da empresa GRISET:

1ª Pagina






















3ª Pagina

Esta era a composição do Conselho de Administração da GRISET quando foi feito o negócio.

Conselho de Administração:
Presidente:  Virgílio da Costa Silva
Administradores: Carlos Manuel de Almeida e Costa

Frederico José Eusébio Nascimento (dêem uma olhada nos órgãos sociais do clube actualmente)

Estes Srs. que constituíram empresas para comprar património do Vitoria faziam ou fazem parte, dos órgãos sociais do clube quando muitas das decisões lesivas de que o Vitória foi vitima através da sonegação de grande parte do seu património imobiliário, tiveram lugar.

E tiveram como é óbvio, decisões em causa própria

Agora vamos ao negócio:



1º Contrato de compra e venda
2ª Pagina
3ª Pagina

2º Contrato de compra e venda

1ª Pagina - 2ª Venda
2ª Pagina - 2ª Venda
3ª Pagina - 2ª Venda

Este segundo contrato foi celebrado em 8 de Março de 2002

Como devem reparar a venda/compra, foi feita em duas partes e 2 contratos. Uma de 20% e a outra de 15%, num total de 35% 

A Griset (ou seja Carlos Costa e companhia), compra 35 % da sociedade SadiSetubal da qual o Vitória já só tinha 40% em virtude da venda de 60% à SLN, como podem verificar na Parte I.

Esta empresa foi criada a partir da VITORIAPART SGPS, detida a 100% pelo Vitoria (verificaremos posteriormente que não é bem assim).

Como todos se devem  bem lembrar (podem comprovar na documentação fornecida) esta empresa tinha (e tem) como património o Lote 9 (Pavilhão Antoine Velge e terrenos adjacentes)

Assim sendo restam-nos 5% do Pavilhão Antoine Velge e do logradouro adjacente.
Mas desses 5% não há conhecimento de registos existentes, pelo que é de supor que os mesmos ainda pertençam à VFC-SAD.

Dentro em breve tentar-se-á perceber quando e como é que a Direcção foi mandatada para alienar património por forma a hoje em dia não sermos donos do Pavilhão Antoine Velge.

Fica a segunda parte da Verdade da Mentira, que estes senhores nos "emprestaram" e continuam a "emprestar", ao longo dos anos. Mas o "empréstimo" está a acabar e quando isso acontecer em definitivo, veremos quem ainda tem "créditos" a  haver, ou a pagar. Pensamos nós que ainda haverá muita gente para pagar e muito para haver.

Entretanto, todos a Matosinhos que o Vitoria tem um jogo muito importante na nossa caminhada para a manutenção.

Até lá, os meus cumprimentos de sempre,

O Presidente

Thursday, February 11, 2010

Momentos Cíclicos

Porque as coisas têm tendência a repetir-se ciclicamente e porque alguns dos protagonistas estão no activo, outros na reserva, fica aqui uma recordação de “águas passadas” para que se avive a memória aos mais esquecidos.

Para os que não são do tempo do Escudo 200.000 contos são o equivalente a € 1.000.000 e estávamos em 1991.




















 

































































































































Atentem bem na semelhança nos procedimentos de uns e outros quando se trata de informar, pedir opinião aos sócios ou mesmo convocar uma AG para aprovação de contas!

O que pretende o Sr. Fernando Oliveira esconder ao não pedir a convocação de uma AG para aprovar as contas, vejam lá, de 2008!? Quem se pretende proteger ao não se submeter à apreciação dos associados um relatório e contas de um exercício sobre o qual não se tem qualquer responsabilidade?

O que faz correr o Sr. Fernando de Oliveira ao não querer pôr a nu e desvendar as negociatas que têm levado o Vitória à ruína? Que interesses se escondem para não se mostrar solidário com alguns dos seus Directores mais corajosos que pretendem ver o Vitória lutar pelo que lhe foi indevidamente subtraído?

Quando o percurso da equipa de futebol profissional se mostra, depois da hecatombe de más decisões de início de época, finalmente estabilizado, que problemas existirão no clube mais importantes que a recuperação do NOSSO património. Património imobiliário que valerá (mesmo em época de crise) muito mais do que os € 100 000 por que foi transaccionado, como aliás teve ocasião de comprovar.

É chegada a hora do Sr. Fernando de Oliveira dizer para onde vai e com quem pretende ir, para que todos os Vitorianos possam decidir se querem ir com ele ou preferem outra pessoa para os levar. Os cheques em branco deram mau resultado noutros tempos e teimam em repetir-se ciclicamente.

Da nossa parte talvez em breve possamos dar resposta a algumas das questões levantadas, sempre com a presença dos respectivos documentos que as validam no entanto queremos dar a oportunidade a esta Direcção e aos verdadeiros vitorianos que a compõem, de trazerem essa informação ao conhecimento dos associados. Seria muito triste que assim não fosse.

Esperemos que este  assunto não venha a ser mais uma verdade da mentira no nosso clube. Como Vitorianos e amantes deste clube, assim o desejamos.

Fica a palavra ao Sr. Fernando Oliveira e restante direcção.

Entretanto, TODOS A LEIRIA.

Até lá, os meus cumprimentos de sempre,

O Presidente

Saturday, February 6, 2010

O Pavilhão Antoine Velge e terrenos envolventes – Parte I



Porque o assunto está na ordem do dia e porque é importante os sócios do Vitória saberem do que se está a falar e não do “diz que diz” habitual, aqui ficam as provas de mais um acto que esvaziou o nosso Vitória de património.

Foram pequenos passos que nos levaram ao estado em que nos encontramos.

Mais uma vez encontramos os mesmos protagonistas, os presentes na imagem de abertura, alguns dos maiores responsáveis da situação que hoje o nosso querido Vitória atravessa.

Esta é cópia da escritura da venda do Pavilhão Antoine Velge e terrenos envolventes à SadiSetúbal por € 100.000.

Cartorio

 

Vamos lá saber então quem era a SadiSetúbal à data da sua constituição:



Verifica-se que o Presidente do Conselho de Administração é o Sr. Luís Caprichoso, agora envolvido no escândalo do BPN/SLN ( constituído arguido ) , tendo como vogais, além de duas senhoras completamente desconhecidas, os Srs. Mariano Gonçalves e o sempre presente Jorge Goes.

Vamos agora compreender porque é que o Sr. Luís Caprichoso aparece:
 
 

Como é evidente este assunto teve desenvolvimentos posteriores e estas restantes verdades da mentira que a seu tempo serão reveladas.

Tenham um bom fim de semana, ou seja, QUE O NOSSO VITÓRIA VENÇA.

Até lá, os meus cumprimentos de sempre,

O Presidente

Friday, January 29, 2010

Vale da Rosa a ruína

O Começo Parte I

Depois de abordado o tema Palácio de Salema(fica a promessa que voltaremos ao assunto brevemente), a nossa sede social estatutariamente, já que, apesar das promessas de uma revisão que os tornasse imunes aos ataques de aventureiros e pára-quedistas, tal nunca se verificou, passemos à nossa verdadeira casa, pelo menos por enquanto, o Bonfim.

Tudo terá começado, segundo “O Setubalense” de 11.10.1952 quando por proposta do Presidente da Câmara da altura Sr. Dr. Miguel Rodrigues Bastos, foi aprovada pelo Conselho Municipal a cedência ao VFC de 74.875 m2 de terreno para a construção do seu Estádio, com posterior publicação em Portaria no “O Setubalense” de 22.11.52.

Nesta Portaria constam as condicionantes segundo as quais os terrenos foram doados ao VFC, nela constando a obrigatoriedade de utilização dos terrenos para fins desportivos tendo a escritura de doação sido lida em cerimónia pública realizada no local que viria a ser o estádio, conforme noticia “O Setubalense” publicado em 20.02.56.

























































O Estádio foi inaugurado em 16.09.62 e com o decorrer dos anos este clube ENORME conheceu momentos de glória que poucos imaginariam vir a ter, mercê do querer, perseverança e dedicação dos seus dirigentes e massa associativa.

Porém, com o 25.04.74 começaram a surgir os problemas.

Em 20.03.00 escrevia o Sr. Rogério Severino, infelizmente já falecido, numa das suas crónicas no Setúbal na Rede, a propósito dos primeiros problemas, “Por outro lado, sempre os vitorianos recusaram qualquer municipalização do clube e se nos lembrarmos após o 25 de Abril de 1974 quando tal foi tentado pela então Comissão Administrativa da Câmara Municipal, tal situação foi repudiada em Assembleia no Clube Naval Setubalense onde se notabilizou o falecido Carlos Relvas, roupeiro e vitoriano de coração” o que levou na altura dos acontecimentos os Serviços de Informação e Relações Públicas da CMS a emitir um comunicado em 12.02.75 que a dado ponto se refere “Segundo informações do VFC foi a Comissão Executiva Pró-Estádio que sempre orientou a venda de lotes de terreno. Não há dúvida que tais factos e alguns outros, impõem uma investigação para que a verdade venha a lume. Tem sido sempre intenção desta Comissão Administrativa não esconder tais factos, mesmo quando esses lhe possam acarretar alguma animosidade. É bom que não se esqueça, contudo, que no caso presente, o problema não foi criado pela Comissão Administrativa. O problema existia. A nós coube-nos o pesado encargo de o resolver”.

A machadada final virá a ser dada anos mais tarde, quando após deliberação de Assembleia Geral do VFC realizada no dia 18.04.00 é criada a Comissão de Acompanhamento da Utilização do Património Imobiliário do VFC – CAUPIV.

A este propósito escrevia o Sr. Rogério Severino na mesma crónica “Mas vamos agora à parte da responsabilidade da Câmara Municipal. Assim, desde a vigência do Executivo socialista, o Vale da Rosa sempre foi apresentado como o grande Parque Industrial da cidade. Só que, devido ao elevado preço do terreno ninguém se interessou em fazer lá empresas, pelo que tudo foi um "flop" e o município não conseguiu os seus intentos de fazer do Vale da Rosa o parque industrial. Havia pois que dar a volta e assim, utilizando (como sempre) o Vitória de Setúbal como pretexto, o município vem anunciar que em vinte hectares vai mandar construir um grande Parque Desportivo com um estádio coberto (a ser utilizado pelo Vitória), campos de treino, pista de atletismo, campos de ténis, etc. Só que, ao invés de ter referido que nos outros vinte e dois hectares vão ser construídos 2100 fogos, o que é minimamente pouco para o promotor, a construção pode ir até aos 9100. Assim e mais uma vez com o PDM sempre na boca, o município está disposto a mudar a vocação do Vale da Rosa, de industrial para habitacional, o que mais uma vez prova que o PDM não define nada desde que a Câmara o queira mudar.

O alegado complexo desportivo, além de servir unicamente os interesses do promotor imobiliário, não serve o Vitória mas serve isso sim o Executivo PS, já que pode ser bandeira nas próximas eleições autárquicas e nas futuras legislativas.
E tudo isto à conta do Vitória, que tem terrenos em Vale de Cobro, os quais nunca foram utilizados e que podem retornar à posse do município.

Em nossa opinião, uma Direcção que proponha a destruição do Estádio do Bonfim não tem legitimidade para continuar em funções e deve demitir-se. Por outro lado e em termos legais, na eventualidade de querer levar em frente a sanha destruidora só poderá ser em referendo já que não é numa Assembleia com duzentos ou trezentos sócios que se vai aprovar ou não a destruição do Estádio, cujo espaço, desnecessário será dizer, servirá para construção a pretexto de mais uma alteração do PDM, o tal que anda sempre na boca dos autarcas do Executivo e que fazem alarde do seu cumprimento legal.

Quem ganha com a destruição do Estádio do Bonfim? Alguém pode ganhar, menos o Vitória e menos o comércio da cidade, que não está nada interessado num Estádio distante do centro já que os visitantes chegam à auto-estrada e seguem para o Vale da Rosa sem entrarem em Setúbal.

O mais lamentável de tudo isto é que a intenção de destruição venha de responsáveis sadinos e por isso é bom as pessoas definirem-se e dizerem publicamente, sobretudo aquelas que batem com a mão no peito dizendo ser vitorianos, mas por outro dispostos a aprovarem a destruição do Estádio.

E a nossa posição não pode ser apelidada de retrógrada. Aceitamos perfeitamente a remodelação do Estádio, sobredimensionado e em cuja zona envolvente poderiam ser feitos equipamentos que constituam receitas para o clube. Mas a verdade também é que o Estádio do Bonfim, ao contrário de outros, tem na sua componente muito trabalho de setubalenses que durante semanas trabalharam com afinco na ajuda. O livro do fotógrafo setubalense Américo Ribeiro é bem a prova das grandes jornadas de vitorianismo, nas quais certamente os actuais dirigentes não participaram nem têm qualquer sensibilidade. “


Não foi esse o entendimento dos associados e sabemos bem qual o resultado.

No entanto debrucemo-nos sobre os aspectos formais e sobre o que levou a referida CAUPIV a decidir em favor da PLURIPAR em detrimento das outras propostas segundo os próprios.

Eis os factos e os documentos:(devido à quantidade de paginas, iremos apenas adicionar neste espaço a 1ª pagina de cada proposta apresentada, poderão consultar as restantes nos links indicados)























 
Agora analisemos as propostas em cima da mesa:

Proposta apresentada pela MDC - Multi Development Corporation

 
 
4ª Pagina

Proposta apresentada pela Sonae Imobiliária

 

Proposta apresentada pela Pluripar SGPS

 

Vamos aos pormenores!

A AG foi realizada em 18.04.00 mas em 06.04.00 já o BPN tinha em sua posse uma proposta para o Estádio do Bonfim feita pela MDC. Esta proposta foi aceite e considerada como Anexo I. Mas como se pode verificar não é uma proposta dirigida ao VFC, mas sim ao BPN.
Depois a PLURIPAR (empresa detida maioritariamente pelo BPN) vem a ser admitida a concurso, o que nunca deveria ter acontecido, por proposta feita em 17.07.01 (1 ano e 3 meses depois) e estranhamente é considerado como Anexo III quando foi recebida 1 semana antes que a proposta da SONAE – Anexo II.

Se dermos ouvidos ao que foi voz corrente na altura em Setúbal, de que as propostas teriam sido abertas com antecedência e que a PLURIPAR estava ao corrente das ofertas da concorrência, encontrar-se-á então o “gato escondido com o rabo de fora” e o porquê da proposta da PLURIPAR, com data anterior à da SONAE ser o Anexo III e não o II como deveria de ter acontecido.

Este foi o começo da verdade da mentira do Vale da Rosa e o começo da nossa ruína.

Voltaremos a este assunto nas próximas verdades da mentira

Até lá, os meus cumprimentos de sempre,

O Presidente

Friday, January 22, 2010

Palacio Salema - A Verdade da Mentira

Geralmente começa-se pelo princípio e talvez com uma das tragédias mais arrepiantes do passado recente do nosso Vitória: a perca da nossa sede histórica ainda hoje consagrada nos estatutos do clube como sendo a sede social do clube!


Imagem003.jpg (6 KB)

Tragédia essa com o aval e total benevolência(para não chamar outro nome) do Presidente da altura Dr. Jorge Goês


Pois bem, decidiu-se começar por aí, pela outrora nossa casa.

Não foi à muito tempo que um nosso concidadão, estimado setubalense e indefectível Vitoriano escreveu umas linhas que abaixo transcrevo.

Essas linhas que são da autoria do Sr. João Francisco Envia e publicadas em artigo de opinião no jornal “O Setubalense”.

“... Segundo soube há pouco, uma das anteriores direcções, não se esforçou grandemente, para a compra da sua histórica sede. Podiam ter apelado à população setubalense, podiam ter trazido para a rua os potes de antigamente, quando da construção do Estádio do Bonfim, agitando assim Setúbal. Este imóvel estava repleto das histórias desportivas deste nosso clube, como um ex líbris desta Princesa do Sado. Podiam ter apelado à imprensa local, para uma campanha de recolha de donativos, ou uma negociação com as entidades respectivas, a fim de se poder cobrar uma pequena percentagem na venda do pescado na respectiva lota. Podiam ter sido bons vitorianos, mas não o foram. Era mais positiva essa angariação do que a compra de um jogador.

Parece-me que, no lugar de se fazer uma grande campanha de recolha de donativos, que tenho a certeza seria aceite pela população, não se comprou este imóvel e ainda, tiveram que abandonar este, por falta segundo se diz, do pagamento das rendas. Também chegou ao meu conhecimento, não sei se com verdade, que o abandono foi total, pois no seu sótão ficaram completamente esquecidos os documentos históricos do passado deste grande clube. Se assim foi, uma machadada enorme se deu na memória do Vitória, que era bem recheada de acontecimentos. Para a minha pessoa, foi como uma punhalada que me tivessem dado no meu coração. Ali, juntamente com outros vitorianos formamos uma secção de pesca desportiva com uma sala digna, sem custos para o clube, montamos nela 7 aquários de peixes tropicais, representando quadros vivos, que muito visitado foi, até por equipas estrangeiras, segundo provas em meu poder.

Ali trabalhamos na organização de concursos a nível nacional, com enormíssima representação de pescadores (várias centenas). Era com enorme orgulho e satisfação que mostrávamos aos visitantes a nossa obra

Lembro-me bem desta antiga sede, onde se davam aulas escolares, onde se fizeram campeonatos de xadrez e pingue – pongue, dos bailes familiares, do seu orfeão dirigido pelo saudoso Dr. Rocha Pinto, do Grupo dramático dirigido por Carlos Teixeira, da cedência feita pelo Vitória, ao União de Futebol dos Empregados do Comércio e Indústria, de uma sala, em 30-6-1918; do grande movimento do seu bar, da antiga sala dos Troféus, paralela ao gabinete da direcção, onde trabalhei durante alguns anos, com saudosos vitorianos, que na maior parte já faleceram. Paredes cheias de imagens do passado, onde víamos grandes vitorianos que lutaram para manter este grande clube e esta histórica sede.

Tudo isto foi desprezado sem amor, sem bairrismo, sem respeito pelo passado, sem precaver o futuro. Um andar que foi abandonado, que podia ser recuperado, onde seria fácil ir buscar dinheiro, com a aquisição do mesmo. Bastava prepará-lo para tal. Tudo isto foi revoltante e deixou cheios de mágoas os vitorianos do coração...”


Quando se sabe que à data da assinatura do presente contrato, o Vitória vivia desafogadamente financeiramente por via de uma escritura que viria a ser celebrada com a Pluripar em 20.05.04 envolvendo a cedência dos direitos de superfície do Bonfim, em que é mencionado um financiamento de € 997.595,79 na época de 2002/2003 tendo auferido igual financiamento na época 2001/2002 ficam no ar perguntas sem resposta

Julguem por vós:




 


Verifiquemos mais em pormenor as imagens/clausulas seguintes.













Devemos pois todos nós agradecer tanto Vitorianismo!!!

Reparem, passamos de uma renda de € 26 para uma renda de € 1.995,19 a começar no mês subsequente ao inicio das obras, não no mês subsequente à entrega do imóvel pronto a utilizar como é comum … da última cláusula ficamos a saber que a D. Emília Correia não era à data sequer proprietária do Palácio Salema, pois é antecipadamente feito à condição de o mesmo vir a ser por esta adquirido. Se ainda não era proprietária e as obras não estavam feitas... qual foi a pressa?

Antes ainda das obras feitas e de o clube desistir do encargo de manter a sua nobre sede, o Palácio Salema tinha pretenções de se transformar numa instalação hoteleira de charme. A bem do bom nome de Jorge Goes não queremos acreditar que a permanência do VFC na sala de visitas da cidade (Pc. Du Bocage) fosse uma pedra no sapato de alguém!

O que é certo é que a perca de influência do Dr. Goes junto da autarquia, faz cair estas ideias e o Palácio lá está: triste e abandonado, longe da vida que podia conhecer.

Falta acrescentar que além de Presidente do VFC, Jorge Goes acumulava na época de assinatura do contrato, as funções de representante legal da D. Emília Correia, e que as duas famílias possuiam desde há muito tempo, laços de amizade bastante significativos.

 Manuel Jorge Pedrosa Forte de Goes foi oficial e oficiosamente presidente do VFC entre 22 de Dezembro de 1999 e 11 de Junho de 2003 (um dos dias mais vergonhosos da história do Vitória, com uma Assembleia Geral eleitoral marcada por gravíssimos confrontos físicos) , secundado por nomes como Bernardino Primo, Mariano Gonçalves, Fernando Belo, Paula Costa e Manuel da Mata de Cáceres. Além deste episódio lamentável protagonizou outros tantos que quase deixaram o clube à beira do colapso. Filho de Constantino de Goes, um distinto vitoriano e setubalense, foi deputado da nação na III e VII legislaturas (1983/85 e 1995/99). Entre uma e outra trocou o CDS pelo PS onde descobre o filão do urbanismo, o que já de si revela muito da personagem.

Chega a jurista da C.M. de Setúbal no último mandato de Manuel da Mata de Cáceres, sendo afastado em 2003, pelo então Vereador do Urbanismo A.Figueiredo (CDU). É actualmente representante legal de alguns dos maiores construtores da cidade (aqueles que durante os mandatos do PS fizeram do concelho a sua coutada privada e que de alguma maneira,  apesar da crise e da cor do actual executivo municipal, ainda vão levando “a água ao seu moinho”) e advogado da Associação de Empresários da Construção e Obras Públicas de Setúbal (Presidida por C.Costa, verdadeiro sindicato de indivíduos bem intencionados e interessados na prosperidade da nossa região...). Está, desde 2005, casado com a Directora do Departamento de Urbanismo da C.M. de Setúbal... acreditamos que lá em casa não falem de trabalho!

Foi na última semana nomeado “Provedor do cliente” da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra. O “tacho” premeia a capacidade de drible deste polivalente e tem a duração de três anos.
Como co-autor do projecto “Vitória Sec. XXI”, que na aurora deste novo século deixou o clube num estado agonizante e condenado, terá brevemente honras de, voltar a ser mencionado neste nosso/vosso blog.

Esta é a Verdade da Mentira do Palácio Salema.

Até lá, os meus cumprimentos de sempre,

O Presidente

Friday, January 15, 2010

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A verdade e a mentira.